Ninguém te amou como eu
Ninguém te quis como eu quis
Ninguém te viu feliz como eu
Ninguém te magoou como eu, como eu
Como eu, ninguém esperou
Como eu, e acreditou
Que tudo se pode perdoar
Só à força de te amar
Sentado à beira-rio
Eu vejo-o correr
Ter a vida por um fio
Deitá-la a perder
Como eu
Como eu, ninguém esperou
Como eu, e acreditou
Que tudo se pode perdoar
Só à força de te amar
Só à força de te querer
Sentir o amor escapar
Por entre os beijos fugir
Por entre as mãos escapulir
Como eu
Como eu
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Como se costuma dizer... "se soubesse o que sei hoje..." - Porque será que todos nós temos sempre uma fase em que temos a mania que tudo sabemos, e mais tarde, quando recuamos no tempo, e abrimos o tal baú, acabamos por chegar à conclusão que nada sabíamos, e que de sábios nada tínhamos?
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Uma mulher bonita à mesa é um prazer, por isso me pergunto muitas vezes porque terão elas medo de ser vistas sozinhas num restaurante ou num bar à noite?
"Então? Também estás cá? Esperas alguém?"
"Não. Estou a jantar sozinha."
"Desculpa?! Olha, eu sentava-me aqui contigo, mas tenho ali o meu namorado à espera."
A resposta a uma situação destas deveria ser: "Mas quem te disse que eu queria companhia?"
Já num bar, dá para imaginar que enquanto ela está no balcão a beber o que gosta, aproxima-se logo um gajo que se cola ao banco e lhe pede lume. Mas como ela não fuma, ele diz: "Que pena". Certinho, certinho será quando os copos tomarem conta dele, ele voltar à carga com uma pergunta qualquer descabida, e ela lá terá que ter o trabalho de evitá-lo. E se por acaso no bar onde ela se encontra entrar uma "amiga", ela certamente irá logo comentar com os outros: "Coitada dela. Agora sai sozinha. Deve andar à procura de companhia. Olha que ela não tem mesmo sorte".
Eu pessoalmente admiro muito as mulheres que não precisam de ninguém para sair. Mulheres que se arranjam para estar bem com elas próprias. Mulheres que deixam o sofá sozinho em casa. Até porque, eu falo por experiência própria, só custa a primeira vez.
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Mergulhei na banheira, que enchi de espuma, e estranhamente, pela primeira vez desde que moro neste prédio, comecei a ouvir os risinhos da minha vizinha. Eu nunca tinha ouvido a rapariga a rir!!! Mas mal eu sabia que era apenas e só o princípio da tempestade...
Ela vive com um gajo por quem eu não tenho grande empatia. Ele é esforçado, mas eu chuto-o para canto. Quando os risinhos começaram eu estava a brincar com o patinho de borracha na banheira... e risinho puxa risinho (enquanto o tempo puxava chuva), e o gajo deve ter começado a puxar por ela... ela parecia um trovão a abanar as janelas... ofegante e torrencial, gritando... "sim e sim e siiiiiiiim!!!"
E não pensem que a cena foi nuvem passageira. Não... a tempestade parecia da grossa (se me permitem a expressão). A vizinha estava a ser duramente fustigada pelo dilúvio, e eu ali a espumar-me de raiva, com o patinho já murcho de tanto banho.
Das duas, uma: ou entre eles só há faísca em dias de tempestade, ou era o tempo que trazia até minha casa o eco deles. Nessa noite quase adormeci na banheira, e até aproveitei o barulho dos outros para fazer o meu...
Será que de mim também ficaram a pensar que é só em dias de tempestade??? Será que ouviram o meu patinho??? Para saber, vou ter que esperar pelas próximas chuvadas, sem descurar as boas abertas...
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Nessas alturas o vazio que fica na nossa alma é tão forte que não tem explicação. Nestas fases pensamos que dar a volta por cima pode ser uma missão impossível, e bem longe de estar ao nosso alcance. Mas com o passar dos dias vamos começando a sentir que esse vazio se transformou em nada, e voltamos a sentir de novo, voltamos a importar-nos com tudo aquilo que nos rodeia, e quando nos apercebemos já ultrapassamos o caos que se tinha instalado, e deixamos de tentar esquecer o que nos levou a esse mesmo caos, simplesmente porque já nos esquecemos dele.
E assim, quando menos esperamos acaba por chegar aquele dia em que nos voltamos a sentir confortáveis, e novamente em perfeita harmonia com a nossa própria vida, e embora possamos sentir-nos um ser diferente do anterior, as certezas voltam, nem que seja tendo como base a única pessoa em que voltamos a confiar, ou seja... nós mesmos.
Nunca devemos ter medos nem receios de partilhar aquilo que o passado nos ensinou, porque é esse mesmo passado que nos faz perceber e saber onde estamos, e até onde podemos ser levados.
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Os lugares que nos marcam chegam-nos até a causar um certo egoísmo de os querermos sentir como sendo só nossos, e que nunca mudem. Às vezes conseguimos ter essa sensação, porque a saudade encarrega-se de fazer isso por nós, mas para que isso aconteça é preciso não voltar mais a esses lugares. E nem sempre é fácil resistir a não voltar onde nos sentimos felizes, e em casa.
Esses lugares marcam-nos, porque dizem-nos sempre mais alguma coisa do que aquilo que aparentam. Esses lugares são os nossos pequenos abrigos, para onde podemos sempre fugir, e depois voltar, porque eles são nossos... estão lá... sempre...
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Sempre que possível gosto de ver associadas as imagens e as palavras... e vice-versa. Ambas as sinto frequentemente como arte, como aquilo que vivo, que me perturba, e enlouquece. Em resumo... tudo aquilo que amo.
Hoje à fantástica imagem da Maria, Simplesmente, junto as palavras do também ele sempre magnifico Flávio Gikovate.
É comum ouvir dizer que, depois de alguns anos, a vida sexual dos casais se torna extremamente tediosa e repetitiva. A freqüência das relações costuma diminuir, regredindo para um encontro físico por semana, no qual as pessoas cumprem o "dever conjugal" ou "batem o ponto" – linguagem derivada da atitude displicente que têm alguns funcionários públicos. Muitos homens completam seus anseios sexuais pelo contacto com outras mulheres que não as esposas. E existem mulheres que também agem desta maneira. Mas a maior parte delas acomoda-se à situação, por achar que "a vida é assim mesmo" e voltam-se para interesses diferentes, principalmente para os filhos.
Costuma-se dizer que o desejo sexual é transitório: alimenta-se da novidade e depende muito da conquista, de modo que o que já foi conquistado perde quase totalmente a graça. Em parte, isso é verdade. Mas a experiência ensina-nos também que existe um bom número de casais que mantém uma vida sexual rica, excitante e divertida por vinte, trinta, quarenta anos seguidos. O fundamental é tentar entender por que isso acontece e extrair daí algumas lições úteis para que a maioria das pessoas possa desfrutar das delícias eróticas por toda a vida.
Mais importante do que saber por que o desejo desaparece em tantos casais é entender as razões pelas quais ele permanece em outros. Quero referir-me apenas aos "bons casamentos" – aqueles em que há uma dose decente de afeição recíproca e, principalmente, uma atitude mútua de respeito e consideração. Sim, porque nos "maus casamentos" a vida sexual tende a esvaziar-se por razões sentimentais. Um homem ou uma mulher que se sinta sempre humilhado(a) e rejeitado(a), ou que seja tratado(a) com grosseria e autoritarismo, tem o "dever" de desenvolver uma aversão física pelo(a) agressor(a).
Na maioria dos casos, é isso o que ocorre e, não raramente, é o início do fim do casamento. Existe uma excepção: aquela na qual o agressor – um homem ou uma mulher – pode provocar permanentemente a incerteza e o ciúme do parceiro. E o ciúme é um poderoso afrodisíaco, pois mobiliza inseguranças pessoais e tendências competitivas e de disputa. Ninguém quer se mostrar menos competente que um eventual rival.
A minha impressão é a de que o factor erótico que se alimenta de novidades e se cansa com a repetição é unicamente o que deriva da excitação visual do homem. O rapaz casa-se e, no início da convivência, pode ficar excitado apenas ao ver a sua mulher nua. Isto é coisa que costuma desaparecer logo, muito antes dos sinais de envelhecimento físico da companheira, não estando associado a esse facto. Aliás, a importância da visão, como elemento de excitação masculina, diminui com o passar do anos, até mesmo em relação às outras mulheres que não as próprias esposas. A excitação vai se tornando mais dependente dos carinhos e do toque. Quer dizer que o aspecto táctil se torna cada vez mais influente. Na mulher é assim desde o início da vida adulta. Ela excita-se ao se perceber desejada e, principalmente, ao ser acariciada de um modo adequado.
É preciso, portanto, que os próprios homens saibam que o que está a acontecer é absolutamente normal. Do contrário, eles terão a impressão de que já não têm mais o mesmo interesse pela esposa, o que não é verdadeiro. Eles necessitam agora, exactamente como as mulheres, de mais agrados e carícias físicas para terem excitação sexual. Depois que surge a erecção, tudo ocorre como no passado. Claro, desde que a vida em comum seja de razoável entendimento e consideração mútua.
O desejo não se esvai, ele modifica-se. Deixa de ser visual e torna-se essencialmente táctil. A mulher deve entender que isso não significa que ela está a ser menos amada – apenas não desperta mais aquele impacto visual que ainda ocasiona nos outros homens. E não adianta nada trocar de marido. A história se repetirá com o próximo. Às vezes, eu penso que, com o passar dos anos, a visão vai sendo substituída pela imaginação e pelo prazer que se tem ao perceber que o parceiro é participativo em todo o tipo de intimidades eróticas.
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