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A solidão é um vício que apanhamos quando nos isolamos... mas esta é a solidão por mera opção. Depois há a outra solidão, que é aquela que nos é imposta, e que por isso nos obriga a um esforço diário para a tentar combater.

Esta solidão tem que ser encarada sem dúvida nenhuma como uma doença. Esta é a solidão que nos faz chorar de dor. É a solidão na sua pior vertente, porque é a solidão amarga e cruel. Daí ter que ser encarada como uma condenação a que infelizmente muitos seres humanos estão obrigados.

Esta é o tipo de solidão em que o que não falta é tempo para se sofrer os dias passados, e chorar pelo futuro que já não se tem. É a solidão que acaba com os sorrisos, e com a alegria de viver. Esta é a solidão que espera a morte chegar, e que mata aos poucos.

"Felizes os que nada esperam, pois nunca serão desiludidos"

Sébastien-Roch Chamfort

Depois de muito tempo eu acabei por aprender a viver segundo este lema. Deixei de esperar o que quer que seja dos outros, e passei a contar só comigo. Mas na verdade não sei se sou mais feliz assim ou não. Talvez porque o que me levou a viver assim foi o facto de ter deixado de acreditar em todas as pessoas, e isso por si só não é nada positivo. Eu diria até que é uma das piores, e mais dolorosas conclusões a que se pode chegar na vida.

Infelizmente a vida é demasiado cruel, e com a experiência e maturidade, mais cedo ou mais tarde, todos acabamos por tirar a mesma conclusão. Eu diria que se trata apenas e só de uma questão de tempo, nada mais.

Tínhamos todos 20 anos nos anos oitenta.
Era o tempo da expressão "o que tu queres sei eu".

Felizmente nunca irão saber o que eu queria, nem o que andei a fazer naqueles anos que agora chamam de oitenta. Não são histórias que se possam contar, e muito menos voltar a acontecer. Eram tempos em que dava para fazer tudo ao mesmo tempo, sem se perder a sensação de que não se tinha feito nada, mas bem pelo contrário, de que ainda havia muito para fazer.

Os anos oitenta, foram uma década de puro divertimento. Era a música... a dança... a música de dança... e todos vocês são capazes de distinguir e imaginar, entre o que pode levar à dança, e ao que a dança pode levar...

Nos anos oitenta havia rapazes e raparigas... olhares, vontades, investidas, planos...
E não vale a pena esconder, esses rapazes fizeram-se homens, e as raparigas mulheres. E passaram a dar-se números de telefone, a dar-se "ares de graça", a dar-se desculpas...

Também nos anos oitenta havia projectos, havia problemas, e havia malandrice. Era o efeito desencaminhador... para o bom caminho.
Afinal aquela paródia ininterrupta que foram os anos oitenta valeu a pena...

A Blogadinha do blogue "Blogadinha dos Virtuais" porque lhe apetecia ler algo teve a ousadia de me desafiar a revelar-lhe os meus 5 maiores vícios.

E eu como gosto de mim como sou apesar de todos os meus vícios, vou revelar-lhe que o álcool me inspira, o tabaco me distrai, mas que acima de tudo é o amor a mola impulsionadora de tudo o que eu sou, sinto e vivo.

Dito isto, eu confesso que os meus maiores vícios são:


Um gole,
Um trago,
O gostar de uma mulher,
Tão meiga,
E tão linda...

Há vazios que nunca serão preenchidos, porque não se resumem apenas a saudades, são mesmo um espaço vazio. E porque razão se mantém esse vazio se ninguém é insubstituível? - pensamos...

Talvez a resposta esteja do facto de ninguém conseguir nunca ocupar um espaço que foi preenchido por outra pessoa, porque era só dela, e isso tem que ser encarado como uma realidade inevitável, e temos que saber conviver com esse espaço vazio que é deixado em nós quando alguém parte.

E o tempo? - pode passar um tempo... dois tempos... três tempos... todos os tempos... que nós nunca deixaremos de... sentir o vazio.