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A situação ideal é amar e ser amado. No entanto se por hipótese eu tivesse que escolher apenas uma das opções, eu não teria dúvidas em escolher amar.
Para mim é muito mais gratificante amar do que ser amado.
Gosto de amar da mesma forma que gosto de ser amado, ou seja, sem sufocar, sem aprisionar, sem cobrar, sem exigir, sem reprimir.

Não preciso de ser perfeito para ter o amor das minhas filhas, basta que a minha razão de viver seja as minhas filhas e terei toda a vida o amor delas.
E nunca me esqueço que na vida nós podemos mudar tudo, quando digo tudo, é tudo mesmo. A única coisa que nunca mudará é o facto de ser Pai. Isso serei a vida toda, com tudo de responsabilidade e de bom que isso acarreta.

Tu és um livro cheio de histórias, um sonho incerto cheio memórias.
Do teu passado o que ficou?
Um mar e muitos rios...
Tu és apenas o que és...
Já viveste e sofreste muito, mas dentro de ti ainda não morreu tudo.
Tu tens que ser alguém livre, tu simplesmente tens que ser uma mulher que ainda acredita no amor.

Talvez...
Tenha sido um beijo e mais nada, mas eu fiquei assim...
Talvez...
O teu perfume não me deixa em paz... ficou em mim, e só penso em ti. Preciso encontrar-te e mais uma vez ver-te. Eu quero tanto falar-te... apaixonei-me...
Talvez...
Quero dizer-te tudo aquilo que precisas de ouvir da minha voz, dizer-te que ando só a pensar em ti...
Talvez...

Às vezes sinto que gostavas de apagar para sempre o meu passado, como se nunca tivesse existido, da mesma forma que me pedes para rasgar fotografias de quem passou pela minha vida.

Sinto que o meu passado te pesa cada vez que o presente o resgata em telefonemas rápidos que vou recebendo de vez em quando de outras pessoas que passaram pela minha vida, e com quem criei esse laço raro e difícil que sucede à desordem do amor.

Em vão tento explicar-te que elas passaram pela minha vida com a leveza de uma pena, ou a intensidade de uma tempestade, mas tu só ouves aquilo que queres ouvir, como se as quisesses trazer de volta, e sentá-las à nossa mesa a jantar connosco. A verdade é que nunca as vejo, nem preciso, porque a minha vida és tu, e por isso já não fazem parte da minha vida. Mas tu não percebes isto, chamas-me insensível, como se não tivesse nem honra, nem princípios, nem coração.

Acredita que eu não te quero magoar, que te olho com admiração, e que o que eu te dou de mim, é o que eu tenho de melhor, sem pensar porquê, nem como, nem até quando. Mas tu tens sempre que pôr tudo em causa, inventar segredos e intenções em cada movimento que faço, e exageras nas minhas fraquezas. É difícil fazer-te entender que se me fazes ter vontade de estar contigo todos os dias, é porque assim o quero, e não porque tu o tenhas decidido impor, porque para mim o que realmente conta é o que eu vivo contigo.

Amanhã ficarei triste se decidires partir, e feliz se ainda me quiseres, por isso esquece o passado, e não tenhas medo do futuro, porque tudo e nada está nas nossas mãos. Só assim é que o amor pode ser para nós fácil, simples, e transparente, porque ou se ama, ou não se ama, e se eu sinto que te amo sem ter de pensar se é verdade ou não, é porque deve mesmo ser, não achas?

Melgaço é uma cidade linda, apesar de pequena, com pessoas simpáticas, onde a beleza das paisagens e a magnitude da natureza se mostram vestidas de tonalidades que preencheriam a mais completa palete de cores.


Conta-me histórias, de tempos, a que eu gostaria de voltar
Tenho saudades, de momentos, que nunca mais vou encontrar
A vida talvez seja só três dias
E eu quero andar sempre devagar, até a ti chegar...


fotografia: Å®t Øf £övë
música: Ninguém (é de ninguém)

Como é que se esquece alguém que se ama?
Como é que se esquece alguém que nos faz falta, e que nos custa mais lembrar que viver?

É preciso aguentar... é preciso aceitar-se que se está doente. É preciso paciência.
O pior é que é difícil aguentar a dor... aguentar estar triste... aguentar estar sozinho. Procuram-se escapes e alternativas, mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. A saudade é uma dor que só pode passar depois de devidamente doída. É uma dor que é preciso primeiro aceitar. Para esquecer é preciso deixar o coração ir de lembrança em lembrança, na esperança que ele se canse.

As pessoas nunca deveriam morrer, nem deixarem de se amar, nem separarem-se, nem esquecerem-se... mas morrem, deixam de se amar, separam-se e esquecem-se.
Mas o mais difícil de aceitar é que há lembranças e amores que necessitam do afastamento.

Mas como esquecer? Como deixar acabar a dor?
É preciso paciência, é preciso sofrer, é preciso aguentar. Sofrer é respeitar o tamanho que teve o amor.
E quando alguém está sempre presente? Quando é tarde?
Quando já não se aguenta mais? Quando já é tarde para voltar atrás?
Percebe-se que há esquecimentos tão caros que nunca se podem pagar.
Como é que se pode esquecer o que só se consegue lembrar?
Aí está o sofrimento maior de todos!!!
Não há hipótese... uma saudade cuida-se...

Às vezes pergunto o que mais te hei-de eu fazer
Tanto orgulho ferido, tanta paz por vencer
Às vezes detesto o que resta de mim
Sempre longe do mundo, sempre perto do fim
Eu só quero que tu saibas quem sou
Ter a certeza que o meu tempo chegou
Quero que me digas para partir ou ficar

E se eu voltar para trás
Será que dizes que sim outra vez
Tomas conta de mim, de vez em quando
Se eu voltar

Não se pode voltar atrás, e pedir a outra pessoa para dizer que sim outra vez, porque mesmo que ela o diga, as coisas já não voltam a ser iguais.

"O que foi não volta a ser mesmo que muito se queira... e querer muito é poder"

Temas:
"Se eu voltar", e "O que foi não volta a ser" de Pedro Abrunhosa, e Xutos e Pontapés respectivamente

Não me adianta procurar, porque não existem livros para homens que sejam pais... nem na secção de ciências ocultas. Depois do bebé nascer deixamos de fazer parte da equação natural. Não se trata de uma conspiração. As mulheres até tentam manter os homens dentro da equação. O problema é que nós não sabemos como nos manter maternos.

Seremos homens capazes de inventar um complexo químico qualquer que nos permita manter integrados neste acto solene de paternidade sem bocejar? Porque raio ninguém até hoje criou um código de conduta que discipline a actuação do homem numa família?

Talvez seja porque o pai é apenas o selvagem num meio que exige harmonia e paz. Eu disse... apenas? Isso já me parece imenso...

A dor do amor é uma dor que não dói... corrói.
É uma dor que arrasa, e deixa o coração em brasa.
Às vezes chega a amargar, e espreme tanto o coração que este parece que chega ao ponto de ser esmagado.
Às vezes penso que seria melhor não AMAR.

Na vida já passei por fases de entusiasmo e fases de desilusão. De vez em quando ando nas nuvens, noutras ocasiões, mais frequentes, ando murcho. Tenho períodos, em que caminho sobre nuvens e tudo me parece maravilhoso, e outros períodos tão cinzentos, que talvez me apetecesse adormecer e ficar assim durante o tempo necessário para que tudo voltasse a ser belo.
Acontece-nos a todos...

A verdade é que não tenho razões para me deixar levar demasiado por entusiasmos, pois já devía ter aprendido que essas fases não podem durar sempre.
Desejo muito uma coisa, penso que se a alcançar obtenho uma espécie de céu, bato-me por ela com todas as minhas forças. Mas quando, finalmente, obtenho o que tanto desejei, passo por duas fases desconcertantes. A primeira é um medo terrível de perder o que conquistei, porque conheço o que me aconteceu anteriormente, e a outras pessoas em situações semelhantes à minha...

A segunda fase chega com o tempo e não costuma demorar muito. Acontece que aquilo que obtive perde lentamente, ou de um dia para o outro o encanto.
E é nesse momento que chega a desilusão, com todas as suas consequências desagradáveis. Pode passar-me pela cabeça coisas como mudar de profissão, mudar de clube, trocar de automóvel ou de casa, divorciar-me... e então, surge o desejo de partir atrás de outro entusiasmo. Quero voltar a amar...

Se me desiludo, a culpa não está nas coisas, nem está nas outras pessoas. Se me desiludo, a culpa é minha, porque me deixei iludir, porque me deixei levar por uma ilusão. Uma ilusão consiste em camuflar a realidade, de modo a distorcê-la ou a fazê-la parecer mais do que aquilo que é. Quando me desiludo, sei que não estou a ser justos nem com as pessoas nem com as coisas.

Nenhuma pessoa, nenhuma das coisas com que lido pode satisfazer plenamente o meu desejo de felicidade e de beleza. Em primeiro lugar porque não são perfeitas, só a ilusão pode ser temporariamente perfeita. Depois, porque não são eternas... apodrecem... gastam-se... engordam... partem-se... ganham rugas... terminam...
Aquilo que procuro, e não o consigo evitar, é a perfeição. E não me contento com menos do que isso. É por essa razão que me desiludo e que de novo me iludo... ando à procura...