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O grande problema do amor é que nunca aprendemos nada com ele, nem sequer aprendemos a esquecer.

Amei-te durante mais tempo do que devia, por teimosia, mas estava errado, e só descobri isso quando deixei de ter saudades do teu corpo, e das tuas mensagens tardias no telemóvel que me alegravam as manhãs. Às noites de sono sobressaltado seguiram-se as de descanso profundo, com a certeza de que o dia seguinte seria mais fácil.

A verdade é que quando amamos alguém, nem sempre guardamos esse amor, mas tu tiveste sorte comigo, porque tenho sempre vontade de te ouvir, e nunca deixei de ser teu amigo, como se o amor que tive por ti nunca me tivesse traído.

Quem disse que devemos acabar com as coisas antes delas acabarem por si mesmas? Eu nunca quis acabar nada, porque acabar e desistir são verbos que não fazem parte do meu dicionário, mas também é verdade que já não sonho com um futuro possível contigo. A ansiedade desapareceu, e deu lugar a uma enorme paz interior.

É claro que tu já sabes sempre tudo que te digo, mas ficam sempre mensagens perdidas, cartas nunca terminadas, e sonhos que morrem antes de serem partilhados. Por agora prefiro pensar na amizade que nos une, uma categoria só nossa, unidos por uma força misteriosa, que nos guiou até ao presente, e que nunca deixará de nos juntar, porque o amor está antes e depois de tudo, nunca se esquece nem apaga, porque há sempre uma forma de o viver.

"Contemplar uma mulher bonita pode prejudicar a capacidade de um homem tomar decisões. Os homens induzidos por imagens de mulheres bonitas, vestidas, ou apenas com lingerie, perdem-se no seu raciocínio, e não se conseguem concentrar adequadamente..."
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Pois...

Do que eu tenho mais saudades, é de te ter por perto, em casa, aos fins de semana... ao fim da tarde, quando te via chegar como se sempre tivesses vivido comigo, e jamais a solidão fizesse parte dos meus dias. Era com um sorriso que entravas pela porta de minha casa, que também era tua, e me davas um abraço tímido e quase infantil.

Por vezes apetece-me que voltes, que me abraces com aquele sorriso, e que me fizesses companhia aos fins da tarde... aos fins de semana. Acordávamos, e passávamos o tempo juntos. Não importava onde íamos... ao cinema... almoçar... ver o mar... ou apenas passear, porque nunca nos cansávamos um do outro. Ou então ficávamos em casa, a falar de nada, ou a ver uma porcaria qualquer na televisão, e era sempre tudo bom, porque sempre nos sentimos em casa um com o outro.

Olho para trás, e ainda não percebo porque tudo acabou, e enquanto o tempo passa e saio com outros, se calhar mais bonitos do que tu, e eles me levam a jantar, e depois deixam-me em casa com um vazio que não consigo esconder, tu sais com outras, mas tenho a certeza, que em nenhum momento, por mais bonitas que elas sejam, te sentes em casa com elas.

Ninguém sabe o que é o amor, mas tu foste o único homem cujo cheiro nunca me cansou, e acredita que apesar de todos os teus defeitos ainda podes voltar se me escolheres... Ninguém sabe o que é o amor, mas talvez seja fazer escolhas, e proteger-nos da solidão povoada de gente que passa, e deixa... nada.

Eu pensava que quando tu vinhas ter comigo... Estavas e eras. Estavas comigo e eras tu, e era por isso que vinhas, e era por isso que te sentias bem. Também pensava que esse teu estar, tão intenso e perfeito, era o inverso de todos os outros lugares onde por obrigação ou cobardia, eras obrigado a estar sem estar, e sem ser.

Mas entre o que tu e eu pensávamos, o tempo foi tecendo um manto de confusão e dúvidas, e agora já não sei onde estás, nem quem és afinal. Custa-me imaginar-te longe, viciado numa existência estéril e inglória, na qual não estás nem és aquilo que és.

Mas se calhar és mesmo assim, se calhar já te habituaste a viver fora de ti, não estando nem sendo nos lugares e nas palavras onde as pessoas pensam que te encontras. E se calhar é por isso mesmo que também não te consigo encontrar, porque estás tão habituado a estar sem estar, e a não ser, que ninguém te consegue encontrar, nem mesmo tu.

Mas não faz mal, porque tudo aquilo que não se procura, acaba por ironia, por nos vir parar às mãos. Por isso penso que um dia... uma tarde... ou uma madrugada... uma maré de sorte ou de coragem te pode trazer de volta. Mas isso só será possível quando, ao ouvires as tuas pulsações, reconheceres nelas o bater de um coração que afinal ainda pode ser teu. Tu que vives há tanto tempo alheado de ti mesmo, estando sem estar, e não sendo, à custa de ser aquilo que os outros esperam que tu sejas.

Talvez um dia voltes finalmente a estar e a ser como eu pensava que eras... e foste... só que desististe. E quando uma pessoa desiste de falar, de ouvir, de estar, e de ser, não há nada a fazer...

A idade não me pesa nadinha. Depois dos trinta tudo nos deve ser permitido, mas na verdade antes também já era, porque o "tudo" foi sempre pouco para mim.

Dez da manhã, entro para uma reunião, sobre assuntos que não me dizem muito respeito, mas sinceramente, gosto que me peçam a opinião, até porque tenho sempre algo a dizer. Tenho aprendido que todos devem ser ouvidos, é por isso que dou hipóteses a todos.

Na reunião está apenas um homem, que é olhado por todas nós com admiração. Sim... ele é um homem bonito... tem aquela beleza simples em que apetece tocar, e quem sabe... até acordar.

A reunião termina como sempre sem nenhuma decisão tomada. Saio para a rua, e apercebo-me que já é hora de almoço, quando ao ouvido me sussurram: "Podemos almoçar juntos?" - É ele, e está com um olhar maroto que nunca lhe tinha visto antes...

Embasbacada, respondo-lhe: "Claro que sim..." - sem perceber onde ele quer ir
- "Sempre me apeteceu convidar-te para almoçar, mas nem sei bem porquê, nunca tive coragem" - disse ele
- "Então... olha... nunca tinha calhado antes" - digo-lhe eu estupidamente, e caindo no ridículo de um lugar-comum
- "E que tal se em vez de almoço, fosse um jantar hoje?" - desafia ele
- "Porque não? Jantámos quando tu quiseres" - respondo-lhe eu enquanto sorrio
A ansiedade que varreu o resto do meu dia deixou-me sem apetite para o jantar... no estômago... só nervos...

Ele falou o tempo todo, e deu-se a conhecer como imagino ninguém o conheceria, e no fim do jantar, foi directo ao assunto: "Gostava de passar esta noite contigo"
Só então percebi que o hotel onde jantámos não tinha sido escolhido ao acaso. Bebi o copo cheio de uma vez...

Quem diria que ele por todas admirado, e elogiado, se revelaria esta força da natureza, que não me deixou dormir, e que mal me deixa sentar...

O meu peito está entre o "satisfaz mais" e o "satisfaz bastante". Um belo peito descobre-se com o tempo, mas há quem já não perca muito tempo a apalpar as mulheres. Talvez os decotes tenham sido destronados pelos tops da barriguinha à mostra. Será então que o silicone já passou de moda?

Eu diria que não, que o silicone é tão útil como o puré de batata de pacote, ou seja, há bocas que comem tudo e não percebem a diferença. Eu pessoalmente gosto muito de receber elogios ao meu decote... aprecio-os. É verdade que por esta altura, por ser Inverno, sofro sempre um bocadinho, por não poder usar tanto os decotes como gostaria.

A verdade é que eu gosto de decotes, e de evitar os soutiens... o meu maior prazer é evidentemente não usá-los. Coisa que faço sempre que posso. Apesar de, como já vos disse, me dar a ideia de que hoje em dia já não se liga tanto a um bom par de mamas. E o tamanho das mamas será que conta?

Eu tenho a ideia que a importância do tamanho é relativa, porque tenho amigas, que tendo-as pequenas, as aproveitam muito bem. O frio, como sabem, é bom amigo das maminhas, porque as torna arrebitadas, e mais bonitas. Mas não abusem, porque apanhar uma constipação acaba sempre por dar cabo de tudo.

Este ano de 2006 aprendi muito...
Por isso, hoje um mês depois volto aqui, ao mesmo sítio de sempre, onde me cansei de ser porto de abrigo, e onde aprendi que também eu posso ser um porto de chegada... para vos desejar...

And

Happy New Year

Não queria deixar de partilhar convosco, tudo, que ao longo deste ano aprendi...
Aprendi que há coisas na vida pelas quais lutamos e conseguimos, mas há outras pelas quais não vale a pena lutar. Aprendi que amar é saber respeitar o tempo e o modo de cada um, porque cada coração tem o seu modo de bater, e cada alma tem o seu tempo. Aprendi que quando se começa a construir alguma coisa, tem que ser pedra sobre pedra, e que muitas vezes mais vale deitar tudo abaixo e começar de novo.

Este ano aprendi que a distância não tem nada a ver com quilómetros, e que ninguém constrói uma ponte sozinho, por isso a proximidade é uma arte. Aprendi que a música é muitas vezes a minha melhor companhia, porque há melodias que tal como o amor são eternas, e quanto mais tempo passa, mais importantes são, e mais sentido fazem na minha vida.


Este ano aprendi que por vezes não trato da melhor maneira as pessoas de quem gosto, mas que se o faço é porque gosto demasiado delas... são importantes para mim, e me importam muito. Aprendi que a amizade é uma das mais belas formas de amor, e que o tempo que temos para os amigos é sempre pouco, porque embora o tempo não se perca... gasta-se.

Este ano aprendi que a generosidade que temos com os outros se vira contra nós. Aprendi que muitas vezes é preciso respirar fundo antes de responder, calar em vez de falar, porque estar parado pode ser acção, estar calado pode ser comunicar, e ficar quieto pode ser a forma mais inteligente de agir, mas nunca deixando de dizer aquilo que a minha consciência manda na altura certa. Aprendi que a sinceridade é uma arma demasiado perigosa, por isso ouço demasiadas críticas, e encaro os elogios com alguma desconfiança.

Este ano aprendi a perceber que as minhas filhas crescem depressa demais, e que elas precisam tanto do Pai como o Pai delas. Este ano aprendi que 2007 só pode ser melhor... muito melhor... muitíssimo melhor... Este ano aprendi que no fundo andamos todos à procura do mesmo...

Amor... Carinho... Tranquilidade...

Last Christmas
I gave you my heart
But the very next day
You gave it away
This year
To save me from tears
I'll give it to someone special

Estava eu a andar de carro hoje de manhã quando ouço este clássico e pensei: "É Natal...lá temos de levar outra vez com o Last Christmas". Mas depois aprofundei o pensamento, como sempre faço enquanto conduzo, e apercebi-me que a letra não tem absolutamente nada a ver com o Natal... tirando o título.

Pus-me de imediato a reflectir se tirando o título e o facto de esta música inundar as rádios por esta altura do ano haveria mais alguma razão para estar conotada como música natalicia...

Curioso... como todos os anos ouvimos um milhão de músicas natalícias na rádio. Uma banda pode não ter nenhuma música de jeito, mas se tem alguma que diga "Christmas", é certo e sabido que se torna num êxito radiofónico nesta época. Mas isto já nós sabíamos. O que eu queria dizer vem a propósito do clássico "Last Christmas".

Last Christmas (Último Natal)

No último Natal
Eu dei-te o meu coração
Mas no dia seguinte, tu traiste-me
Este ano
Para me salvar das lágrimas
Eu vou dá-lo a alguém especial

Uma vez magoado, terei mais cuidado no futuro
Eu fico longe
Mas tu ainda chamas a minha atenção
Diz-me, querida
Reconheces-me?
Bem,
Já passou um ano
Não me surpreende
Eu embrulhei e enviei-te
Um bilhete escrito a dizer "Eu te amo"
A sério
Agora sei o quanto eu fui tolo
Mas se tu me beijasses agora,
Eu sei que me enganarias de novo

Um lugar cheio
Amigos com os olhos cansados
Eu estou a esconder-me de ti
E da tua alma gelada
Meu Deus, eu pensei que tu fosses
Uma pessoa confiável
Eu?
Acho que podia ser um ombro para tu chorares

Talvez no ano que vem eu dê o meu coração para alguém
Eu o darei para alguém especial



No Natal do ano passado a rapariga a quem entregou o seu coração não correspondeu aos seus sentimentos. Mas este ano é que é, desta vez vai dá-lo a alguém especial!
Só que no ano seguinte lá vem outra vez com a mesma conversa... Será que não aprende que tem mesmo azar no amor?
Todos os anos aparece todo confiante do estilo "agora é que é!", só que depois no ano seguinte confessa que foi um balde de água fria...

Há gente que nunca muda!...
E eu sou um deles... um eterno apaixonado...

É Natal, um Tempo que deveria ser de Paz, de juntar os que mais amamos à nossa volta, de dar e receber carinho em forma de presentes embrulhados em papel de sonho, ou apenas em abraços feitos de alegria. É tempo de emoção, de celebrar crenças, fé ou tão simplesmente a amizade.

Tempo de vos dizer como todos vocês que fazem parte desta família que é o "Pedaços de Nós" são importantes para mim, e que vos desejo a todos um Natal cheio de felicidade, e um Ano de 2007 melhor... muito melhor... muitíssimo melhor...