Pensando que ainda tenho metade da vida para viver, não sei se é mais fácil sobreviver no amor, ou viver no desamor. A verdade é que já experimentei ambas as situações. Considero-me uma mulher vivida e sofrida, até infiel já fui algumas vezes... poucas...
Será que me deveria arrepender de o ter sido? Não, não arrependo, porque para mim a infidelidade foi sempre um estado de transição. Uma resposta aos impulsos do corpo, e um desafio à minha consciência. Para mim, ser infiel é um sinal de alerta, é como quando bebemos muito e o fígado manda para o exterior sinais de descontentamento.
O que eu não sei mesmo, e me pergunto muitas vezes, é se alguma vez fui enganada. Não sei se alguma vez alguém que amei dormiu com alguém que não fosse eu. Se é importante? Nada... nadinha...
Quanto a mim posso dizer que já tive sexo com outras pessoas antes de descobrir que já não estava apaixonada pela pessoa com quem mantinha uma relação. Era um sinal... e foi...
Quando era mais nova, lembro-me de que sabia que estava apaixonada, por não desejar mais ninguém, por não ver mais ninguém que não fosse o "meu" Amor. Às vezes parecia que tinha aversão ao mundo, porque só desejava a pessoa que estava comigo. Entretanto tudo isso mudou... cresci, alarguei os horizontes, e tornei-me disponível. Em primeiro lugar para amar, mas também para sofrer por amor.
Diria que talvez na minha idade, a minha vida seja o reflexo dos meus pecados passados. Mas como me recuso a aceitar isso, procuro estar mais atenta... vivo um período de busca acentuada, mesmo quando parece que não procuro nada... como agora.
Ao ter começado a namorar muito nova, aumentei as probabilidades de vir a ser infiel... e fui. E como dizer que não voltarei a ser, se estou disponível para amar? Continuo sem saber se já alguma vez fui enganada, mas já fui abandonada, e a dor torna-se maior quando não sabemos porquê. O amor é mesmo mais o meu género, mas o problema é que a paixão é mais o género da infidelidade...
Será que me deveria arrepender de o ter sido? Não, não arrependo, porque para mim a infidelidade foi sempre um estado de transição. Uma resposta aos impulsos do corpo, e um desafio à minha consciência. Para mim, ser infiel é um sinal de alerta, é como quando bebemos muito e o fígado manda para o exterior sinais de descontentamento.
O que eu não sei mesmo, e me pergunto muitas vezes, é se alguma vez fui enganada. Não sei se alguma vez alguém que amei dormiu com alguém que não fosse eu. Se é importante? Nada... nadinha...
Quanto a mim posso dizer que já tive sexo com outras pessoas antes de descobrir que já não estava apaixonada pela pessoa com quem mantinha uma relação. Era um sinal... e foi...
Quando era mais nova, lembro-me de que sabia que estava apaixonada, por não desejar mais ninguém, por não ver mais ninguém que não fosse o "meu" Amor. Às vezes parecia que tinha aversão ao mundo, porque só desejava a pessoa que estava comigo. Entretanto tudo isso mudou... cresci, alarguei os horizontes, e tornei-me disponível. Em primeiro lugar para amar, mas também para sofrer por amor.
Diria que talvez na minha idade, a minha vida seja o reflexo dos meus pecados passados. Mas como me recuso a aceitar isso, procuro estar mais atenta... vivo um período de busca acentuada, mesmo quando parece que não procuro nada... como agora.
Ao ter começado a namorar muito nova, aumentei as probabilidades de vir a ser infiel... e fui. E como dizer que não voltarei a ser, se estou disponível para amar? Continuo sem saber se já alguma vez fui enganada, mas já fui abandonada, e a dor torna-se maior quando não sabemos porquê. O amor é mesmo mais o meu género, mas o problema é que a paixão é mais o género da infidelidade...
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3 Comments:
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Este é um tema que sempre me deixou a pensar. Porque é que alguem é infiel?
Tambem sempre encontrei as respostas na questão da disponibilidade e da procura.
Quando alguem é infiel, está disponível para amar novamente...porque procura.
Talvez esse alguem não tenha consciência daquilo que lhe falta, daquilo que ainda não encontrou na pessoa que tem ao lado, nem mesmo consciência de que procura algo. Poderá considerar um deslize, uma falha, um erro... mas a infidelidade será sempre um sinal de que aquilo que vive não é suficiente para lhe acalmar a alma, o pensamento, o corpo...e, por isso mesmo, continua a procurar.
Beijinho
Pegando na tua frase em forma de dúvida:
"E como dizer que não voltarei a ser (infiel), se estou disponível para amar?"
A esta frase apetece-me responder-te com a letra "jura" de Carlos Tê:
Jura
Que não vais ter uma aventura
Dessas que acontecem numa altura
E depois se desvanecem
Sem lembrança
Boa ou má
E por isso mesmo se esquecem
(...)
Jura
Que não vais ter uma aventura
Porque eu hei-de estar sempre à altura
De saber
Que a solidão é dura
E o amor é uma fervura
Que a saudade não segura
E a razão não serena
Mas jura
Que se tiver de ser
Ao menos que valha a pena
Realmente, a questão da infidelidade é algo muito subjectivo e cuja definição é muito própria de cada um. Para mim, a infidelidade não é um comportamento exclusivo das pessoas com pouco carácter, pelo que é importante que cada um possa reflectir honestamente sobre o seu próprio comportamento. Acho que muito mais importante que fidelidade é a honestidade (ou falta dela) que as pessoas têm umas com as outras nos seus relacionamentos afectivos. O que me choca não é a infidelidade (desde que assumida, com todas as suas consequências), mas sim a mentira e falsidade. Para a maioria das pessoas, a palavra infidelidade implica um relacionamento com uma forte componente sexual. Contudo, na realidade não é bem assim, é sabido que quase todas as relações começam por ser uma "amizade especial".
Não podemos falar em infidelidade apenas e só relativamente aos relacionamentos conjugais, porque podemos ser fiéis ou infiéis, leais ou desleais, correctos ou incorrectos sob várias formas, e em vários aspectos, relativamente a um sem número de questões.
Sendo agora um bocadinho polémico, e até controverso... no que diz respeito às relações conjugais, há para mim, algumas questões que se levantam, e para as quais não sei se algum dia obterei uma resposta:
Será o Homem um ser monogâmico por natureza?
Ou será a monogamia um comportamento imposto pela sociedade?
Vemos tribos na Amazónia em que a poligamia é sinónimo de status. Os muçulmanos têm como derradeiro e último estado de alma, 40 (!) virgens no paraíso, à sua espera. A mim, a questão da fidelidade e infidelidade apresenta-se como um ensinamento que é transmitido de pais para filhos. É mais como uma tradição ou uma religião. São verdades tidas como absolutas na nossa sociedade. São comportamentos que nos são (mais do que ensinados) impostos como comportamentos normais (fidelidade) ou anormais (infidelidade) que, no fundo e pensando bem, atentam contra a liberdade de cada um.
E a liberdade de cada um termina quando colide com a liberdade do próximo.
Somos obrigados a cumprir a lei. Temos regras, obrigações e deveres. E ainda bem que assim é... ou viveríamos num perfeito e permanente anarquismo.
Mas, num mundo regido por normas, regulamentos e doutrinas, a única coisa que realmente é nossa, absolutamente livre e que ninguém controla (às vezes nem nós próprios) são os sentimentos.
Beijinhos.
Dark, abordas um tema, objecto de inúmeras discussões pela sua multiplicidade de conceitos que variam conforme os estereótipos que nos incumbem desde a nascença, os modelos entendidos de bom comportamento social e pessoal, que no meu entender não são mais que regras condicionantes da felicidade e do crescimento do ser humano.
O que significa, de facto para mim, infidelidade?
Estou consciente que aos olhos do mundo que me rodeia, infidelidade é um comportamento erróneo conotado com falta de carácter... com ausência de componente sentimental... meramente satisfação dos desejos e impulsos carnais.
Aos meus olhos, infidelidade, tem um significado muito próprio, no meu entender assaz peculiar... resultado, talvez, da vivência conturbada dos meus amores e desamores... condicionado, também, pelo comportamento de quem comigo coabita(ou) e partilha(ou) da minha intimidade, dos meus sentimentos, do meu “eu”...
Agora eu pergunto: Podemos limitar o conceito de fidelidade de forma a considerarmo-nos fiéis apenas por não concebermos ou praticarmos um acto de junção carnal com outra pessoa que não aquela com a qual temos um “compromisso” afectivo?
Ter uma segunda relação é pois considerado um acto de infidelidade, uma traição, adultério. A infidelidade num relacionamento é encarada como um acto digno de repúdio, que acaba por ofender a dignidade do traído. Quando traídos, vemo-nos impotentes diante do facto de sermos substituídos, trocados por outra pessoa.
Mas, e quando, por princípios, mantemos uma relação monogâmica e fiel, mas, para satisfazermos os nossos desejos, impomos estes ao outro sem nos importar com os desejos dele?
E quando tratamos a pessoa com a qual mantemos um “compromisso oficial” com indiferença, quando não suprimos as suas carências afirmando que o problema é dela e não nosso?
E quando a pessoa a qual cremos que nos ama, tanto o quanto a amamos, mesmo tendo a certeza de que ela jamais cometeria um acto de traição carnal não consegue, ou não quer, demonstrar os seus sentimentos, não se importa com as nossas necessidades e se manifesta apenas aos seus interesses?
E quando os nossos sentimentos, desejos e planos não têm a menor importância para o outro e apenas o que lhe interessa tem valor e importância? Somos vistos e tratados como nada. Não seria isso, por acaso, também um acto de infidelidade? Não se estaria, assim desta forma, a trair os sentimentos duma pessoa? A traição dos sentimentos alheios é, talvez, a pior forma de traição.
E naqueles casos onde a relação só é satisfatória, para a outra pessoa, se agimos como ela quer, saciando as suas vontades, os seus caprichos anulando-nos como seres vivos e pensantes?
Particularmente considero tais procedimentos como formas de tirania e, ao sucumbirmos a esta ditadura, podemos desencadear um processo de auto-destruição da nossa personalidade.
Seria o descaso pelos nossos sentimentos e a dominação, práticas de traição?
Ou devemos considerar traição somente quando esta ocorre ao compartilharmos, involuntariamente, a pessoa com a qual mantemos uma relação formal, com outra?
Quando somos queridos apenas quando satisfazemos os desejos e necessidades do outro e corroboramos com as suas opiniões, descurando os nossos conceitos e princípios em nome do “amor” que o outro pode deixar de ter por nós, volto a afirmar, é auto-anulação de si como indivíduo.
A infidelidade, no âmbito das relações monogâmicas, pode até ser considerado como um desvio de comportamento social ou mesmo um acto deplorável, mas a infidelidade em relação aos nossos sentimentos é ainda mais deplorável, mais podre, mais destruidora, mais inominável que qualquer outro acto de traição, pois invoca a destituição da dignidade humana.
Um beijo.