Não é difícil deixar entrar alguém no nosso coração. O que é difícil é deixar alguém sair. Alguém com quem partilhámos dias de bem estar, noites em claro, passeios, viagens, risos, segredos, silêncios perfeitos, e longas conversas. Alguém com quem já dormimos agarrados, que mexeu nas nossas gavetas, e usou as nossas toalhas de banho. Alguém que já viveu na nossa cama e se sentou à nossa mesa.
Olho em volta e vejo-te ainda pela casa. O teu perfume guarda-se teimosamente no ar... mas já não o prende. Estou outra vez solta, entregue a mim própria, rodeada de silêncio e de bem estar, o bem estar possível de quem se habituou a ver partir aqueles que ama, e a não sofrer com a ausência.
Não é difícil esquecer, andar para a frente, virar a página, começar o novo ano com um coração novo e escolher o nosso futuro. O que é difícil é fazer tudo isso sem mágoa, vencendo a sensação de perda que sempre acompanha todos os fins. O meu fim é o meu princípio. O teu fim estava anunciado desde o início, quando nos conhecemos.
Vi o fim desenhado no ar, mas deixei-me ir, e depois deixei-me estar, porque trouxeste-me uma alegria inesperada, como se me tivessem dado um coração novo. Mas não foste tu que me deste um coração novo, fui eu que o descobri quando me apaixonei por ti, sabendo ainda e sempre, que nunca poderias fazer parte da minha vida. Há algo profundamente misterioso no amor. De outra forma, como nos permitimos a paixões impossíveis, esperas longas e insensatas, e a sonhos megalómanos?
O amor só existe se for quase impossível, se o mundo que nos rodeia o quiser roubar, se a distância o alimentar, se os dias de ausência forem trocados por noites de inesquecível e inigualável prazer. O amor só subsiste na dúvida, na incerteza, naquele toque que pode ser o último, no abraço que se perde no ar, no derradeiro olhar antes da separação.
O amor é a outra face da felicidade. A face palpável e possível, a que se materializa num corpo perfeito, em carne, toque, bocas que se colam, mãos que se enrolam, pernas que se entrançam, cabelos, cheiros, beijos e línguas, enquanto o mundo lá fora cúmplice com o nosso prazer, a rodar mais devagar, silenciosamente, enquanto nos oferecemos um ao outro. Já não sei o que é sexo sem amor e nunca mais quero aprender. Esqueci-me das aulas de ginástica, e dos campeonatos de prazer dos amantes competentes. Começo o novo ano com um novo corpo e um coração por estrear. Começo o ano sem o cheiro do teu perfume.
O amor é assim, difuso, misterioso, inesperado, perfeito mesmo que efémero, impossível de prolongar. A vida é feita de momentos, e eu quero guardar todos os momentos de amor perfeito que me deste, numa caixa que guardo num cofre para nunca mais voltar a abrir, mesmo sabendo, ainda e sempre, que lá dentro se guarda um amor que nunca morre, porque nunca viveu.
Estamos juntos de uma forma muito intensa, muito querida, muito feliz. Mas nada disto tem a ver com amor, porque ele não tem nada para dar, a não ser isto...
Olho em volta e vejo-te ainda pela casa. O teu perfume guarda-se teimosamente no ar... mas já não o prende. Estou outra vez solta, entregue a mim própria, rodeada de silêncio e de bem estar, o bem estar possível de quem se habituou a ver partir aqueles que ama, e a não sofrer com a ausência.
Não é difícil esquecer, andar para a frente, virar a página, começar o novo ano com um coração novo e escolher o nosso futuro. O que é difícil é fazer tudo isso sem mágoa, vencendo a sensação de perda que sempre acompanha todos os fins. O meu fim é o meu princípio. O teu fim estava anunciado desde o início, quando nos conhecemos.
Vi o fim desenhado no ar, mas deixei-me ir, e depois deixei-me estar, porque trouxeste-me uma alegria inesperada, como se me tivessem dado um coração novo. Mas não foste tu que me deste um coração novo, fui eu que o descobri quando me apaixonei por ti, sabendo ainda e sempre, que nunca poderias fazer parte da minha vida. Há algo profundamente misterioso no amor. De outra forma, como nos permitimos a paixões impossíveis, esperas longas e insensatas, e a sonhos megalómanos?
O amor só existe se for quase impossível, se o mundo que nos rodeia o quiser roubar, se a distância o alimentar, se os dias de ausência forem trocados por noites de inesquecível e inigualável prazer. O amor só subsiste na dúvida, na incerteza, naquele toque que pode ser o último, no abraço que se perde no ar, no derradeiro olhar antes da separação.
O amor é a outra face da felicidade. A face palpável e possível, a que se materializa num corpo perfeito, em carne, toque, bocas que se colam, mãos que se enrolam, pernas que se entrançam, cabelos, cheiros, beijos e línguas, enquanto o mundo lá fora cúmplice com o nosso prazer, a rodar mais devagar, silenciosamente, enquanto nos oferecemos um ao outro. Já não sei o que é sexo sem amor e nunca mais quero aprender. Esqueci-me das aulas de ginástica, e dos campeonatos de prazer dos amantes competentes. Começo o novo ano com um novo corpo e um coração por estrear. Começo o ano sem o cheiro do teu perfume.
O amor é assim, difuso, misterioso, inesperado, perfeito mesmo que efémero, impossível de prolongar. A vida é feita de momentos, e eu quero guardar todos os momentos de amor perfeito que me deste, numa caixa que guardo num cofre para nunca mais voltar a abrir, mesmo sabendo, ainda e sempre, que lá dentro se guarda um amor que nunca morre, porque nunca viveu.
Estamos juntos de uma forma muito intensa, muito querida, muito feliz. Mas nada disto tem a ver com amor, porque ele não tem nada para dar, a não ser isto...
Divagando sobre: About Last Night, amor, Dä®k Añgë£
35 Comments:
Subscribe to:
Enviar feedback (Atom)
já passou bastante tempo desde a última vez que aqui vim. Embora continue com o meu blog em Hiatus e tão cedo não volte a escrever nele (pelo menos enquanto estiver preguiçoso e com pouco tempo), estou de volta com o blog a dois com a Margarida e agora com mais tempo vou obviamente voltar a visitar com a mesma assiduidade com que sp fiz (ou tentei).
Fica um abraço para ti e como ainda n tinha tido oportunidade desejo-te tb um optimo ano 2006
Gonçalo
Momentos a Dois
Bom ler-te de volta.
Compreendo em parte muito do que escreveste.
E o amor, é mesmo assim...
Beijos e bom fim de semana*
beijo
Eu sei oq vc falou em cada linha do seu texto.
Abraços
Não é que tenha medo do Amor mas prefiro não deixar entrar nada para além do que já tenho!
Beijokinhas,
Fica bem
Ass:www.barmaid.blogs.sapo.pt
Beijokas grandes :)
Betty
Bjx e bom fim de semana
E voltaste como o Sol a amanhecer num dia de Inverno.
Belo, quente, luminoso e cheio de vida!
Não guardes o teu amor numa caixa dentro de um cofre, não o escondas de ti!
Deixa-o liberto e vive-o, ainda que o sintas um desamor.
Poderia dizer-te muito mais mas, penso que com estas poucas palavras me entendeste.
Voltaste e voltaste a fazer-me suspirar.
Um beijo.
Se você for um sonho, deixe-me sonhá-lo, deixe-me fazê-lo
à minha maneira, deixe-me torná-lo real.
Se você for lembranças, deixe-me lembrá-lo; lembrar de tudo que
não fizemos, do que não tivemos, lembrar talvez
do seu rosto sorrindo.
Se você for água, deixe-me bebê-lo em um só gole,
deixe-me fazê-lo parte de mim. Deixe-me ser água, seu sangue.
Se você for fogo, deixe-me queimar, pois as marcas do seu fogo
são aquelas que quero lembrar.
Se você for o ar, deixe-me respirá-lo... sentir seu vento tocando
meu corpo, sentir os seus e os meus pensamentos.
Se você for o amor, deixe-me amá-lo loucamente.
Se você for a dor, deixe-me sofrer, pois qualquer dor não é maior
do que a dor de não estar ao seu lado.
Se você for tudo, deixe-me ser o nada.
Um dia o fogo;
Um dia a água;
Uma vez sonho;
Uma vez realidade.
Autora: Fabiane Barros
beijinhu
Consigo sentir-te cada vez que te penso
A mente viaja simples desprovida de preconceitos.
Nada nos prende, nada nos detêm, nada nos obriga,
Não somos mais do que puras ilusões.
Não concordo inteiramente com isso... é complicado alguém entrar no nosso coração... entrar na forma do amor. Nessa forma é complicado, há várias implicações, vários factores que se juntam e tornam uma "equação" supostamente simples, numa operação complexa. Concordo que depois de entrar no coração é dificil sair... isso eu concordo, e sei porque eu próprio sinto isso...
João.
Do que li axo k isto diz quase tudo. Pois são as circunstâncias da vida, que fazem alguem permanecer msm k nós pensemos que esse alguem n deveria pertencer...mas como a vida dá mts voltas, por vezes tb são as circinstancias da vida k levam essa msm pessoa a "deixar-nos"...
;-)
gostei mto do q escreveste! pois reflentem muito do q senti/ sinto...
a parte em q escreveste o "... o fim tava anunciado.." tb eu o senti..mas pronto isso sao aguas passadas..ano novo vida nova, coração renovado=P
****
em parte tens razão, não é fácil deixarmos sair alguém do coração mas se ficarmos de braços cruzados à espera que alguém faça isso por nós, então está tudo perdido. Temos que ser nós a combater essa nostalgia de que falas, saindo, distraindo-nos, procurando os amigos e a família que estão sempre prontos para nós. Quando sentimos que já nada há a fazer, não vale a pena insistir, procurar os "porquês"...temos que abrir o nosso coração, alargar horizontes e partir para outra. Tudo na nossa vida é consequência das decisões que tomamos ou não tomamos...
É uma opinião um pouco fria, eu sei, mas só assim permitiremos a entrada de um novo amor!
Talvez um dia mais tarde me venhas a dar razão!
Beijinhos, fica bem!
Eu acredito que é dificil deixar sair alguem do nosso coração ... as vezes parece que amamos so por vicio ou por perguiça de partir em busca de outro alguem!
Beijinhos doces
:-)
bjoks
beijo