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Existem duas dores de amor. A primeira é quando a relação acaba, e mesmo continuando a amar, temos que nos acostumar com a ausência do outro, com a sensação de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão envolvidos que não conseguimos ver a "luz ao fundo do túnel".

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a "luz ao fundo do túnel". Parece estranho, se a luz está à vista, adeus dor, não seria assim?

Mais ou menos. Há duas dores. A dor física da falta de beijos e abraços, e a dor de perdemos a importância para a outra pessoa.

Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói também. Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.

Muitas pessoas reclamam por não conseguir desprender-se de alguém. É que, sem se darem conta, não o querem fazer. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um "souvenir" de uma época bonita que foi vivida, passou a ser um bem de valor inestimável, e uma sensação à qual nos apegamos. Faz parte de nós.

Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que para nós foi importante durante muito tempo. É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma primeira dor, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como pessoa - "eu amo, logo existo".

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o final de uma história que terminou, sem o nosso consentimento, mas que precisa também sair de dentro de nós.

Martha Medeiros

38 Comments:

  1. Dä®k Añgë£ said...
    "Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo".
    Principalmente quando se trata de "O Amor". O único. O de outra vida... ou o de sempre...
    :-))
    Freyja said...
    el amor a veces duele, y las despedidas son muy triste
    un abrazo y que estes muy bien
    buen fin de semana


    besos y sueños
    Maria Carvalho said...
    Não concordo com este texto das duas dores. Existe uma dor, ou uma não dor. Nada mais. Beijos, bom fim de semana.
    Miguel said...
    "A dor física da falta de beijos e abraços, a dor de perdemos a importância para a outra pessoa."

    Esta é uma dor ainda maior ...

    Bom FDS!!

    Bjks da Matilde
    Legionaria said...
    Art, reabri o meu blog, o Vampiria, entretanto estou tmb neste. E parece que houve umas belas evoluções no teu blog... espero que te tragam crescimento e a menor dor possivel...
    Paty said...
    Art,
    não poderia concordar mais com este texto, tão verdadeiro e acertado, mas ao mesmo tempo não posso deixar de concordar com a Dark...porque é sempre muito dificil conseguir encontrar alguém que nos faça sentir o mesmo, quando encontramos um grande amor! Ainda assim o que mais me choca é a incapacidade de transformar esse grande amor numa outra forma de amar...pois acredito que se pode continuar a amar alguém, continuar perto, feliz, de uma outra forma. Não consigo compreender se havia tanto respeito, carinho, cumplicidade...pq se vira costas e se despreza essa pessoa? O amor acaba sim ou modifica-se...mas os sentimentos de respeito, carinho...não deviam continuar numa outra forma de estar? Beijos
    Dulcineia said...
    Por mais k assim o queiramos,nunca nos despedimos de um amor.Basta para isso que o mesmo seja forte,intenso,com chama...prazer e muita emoção.
    Marta said...
    "Na hora da despedida é quase sempre mais triste ficar do que partir" - in Equador, Miguel Sousa Tavares
    A Rapariga said...
    Ás vezes não custa assim tanto dizer: volta! quando não podemos viver sem...
    O mal é a falta de coragem de dizer: fazes-me falta!
    Bom fim de semana
    A .Carlos said...
    Olá Art,
    O teu post é de uma verdade inquestionavel...
    Não sei se se serão apenas duas dores de amor, ou se serão mais...
    Sei que , queremos libertar-nos de um amor, e sei que não conseguimos se amámos mesmo...
    Sei que...não é assim tão bom sentirmo-nos "livres", sei que um amor fica sempre, uma paixão não.
    Sei que um amor, só se chama amor, porque alguém o chamou assim, e porque não o conseguimos"descartar", como muitas vezes o queremos fazer....
    Abraços, e um bom fim de semana
    :)))
    O Micróbio said...
    Não deixes que te falte a luz... mesmo que seja ao fundo do túnel.
    AmigaTeatro said...
    Ai o amor... ai o amor...


    Ui! :D*
    tonsdeazul said...
    O amor que em nós se cria é uma poderosa força,inquestionavelmente dolorosa quando quebrada à força. Adorei a tua visão das dores e da perda.. é horrível a sensação de perda, o ter de se desvincular à força, sem o querer e mesmo gritando alto ou em silêncio 'não te vás embora'...isto é pavoroso!
    Anonymous said...
    Hello there...já fiz um post com este mesmo texto...infelizmente tenho a experiência da situação e n desejo a ng...Posso garantir k isso k dizem p aí de k o tempo cura tdo n podia estar mais errado
    Beijinhos e bom fim de semana!
    Moon Priestess a.k.a. Aislin
    GNM said...
    Este poste faz-me recordar este poema:


    Adeus

    Tudo está morto. Incorrigivelmente morto.
    Como pode morrer algo que nunca viveu?
    Desperto a meio da noite, triste e absorto,
    Foi um sonho que tive. Nada aconteceu.

    Foste embrulho cúbico em papel fantasia,
    Enfeitado com um laço de todas as cores,
    A felicidade é assim: intermitente e fugidia,
    São sempre passageiros os amores e dores.

    Nunca fiz mais nada que renascer e morrer.
    Renasço nu. Morro com a roupa de Domingo,
    O êxtase é uma torrente para além do prazer,
    Como posso sobreviver se só eu os distingo?

    Não suporto este silêncio dos gritos da alma,
    Mantenho-me firme no silêncio das emoções,
    Num afago terno, a noite aconselha-me calma:
    “É sempre intrincado o regresso das perdições.”

    Dormes. Eu afasto-me de ti em bicos de pés,
    Sonhas. Os sonhos são só teus. Apenas teus!
    Caminho para a porta, desconheço quem és,
    A palavra mais triste é a palavra “Adeus…”


    Passa um excelente resto de Domingo!
    Porquê? said...
    Caro Art,
    não sei qual das dores será pior, mas sei que só com um novo amor se mata outro...
    Beijinhos
    bom domingo
    nqdn said...
    Bom post!
    Obrigados pela tua visita ao singular.
    Jinhos
    Luis
    http://singular.blogs.sapo.pt/
    http://calinadas.blog.pt/
    http://racionalidades.blogspot.com/
    carina said...
    as vezes é dificil destinguir as dores..mas q elas estao l atao..
    é dificil abrir mao de algo q passou q no smarcou..mas tem de ser feito..o fim do tunel esperanos cm a sua luz radiante=)
    ***************
    Daniela Mann said...
    Lembro-me da última, da primeira...
    É muito dificil esquecer cada pormenor de um grande amor!
    marta said...
    A felicidade está tão perto da gente.
    Mas tão perto que não a percebemos.
    Está...
    No olhar de uma criança,
    Num simples abraço,
    Numa palavra de carinho,
    Na luz do sol,
    No vento que anuncia a chuva,
    Nas flores, nos pássaros
    No céu, na lua e nas estrelas...
    A felicidade esta em todo lugar.
    Mas somos cegos, surdos e mudos
    Para poder percebê-la.
    Queremos "tocar" a "Dona Felicidade".
    singularidade said...
    Olá, gostei muito do texto. As memórias essas perduram para sempre.
    Beijinhos meus
    Sweet_Words said...
    Muito interessante este post, aliás pelo que li, este blog promete.

    Bjos.
    Maria said...
    QUEM NÃO PASSOU POR ESTA EXPERIÊNCIA, NÃO SABE QUANTO CUSTA E DÓI!NÃO SE PODE EXPLICAR TAL DOR! QUANDO A CURA SE DÁ AMOR SURGE DE NOVO RADIANTE COMO O SOL NA PRIMAVERA! E A CICATRIZ É APENAS O SINAL DO AMOR E DOR QUE POR AÍ PASSOU! O AMOR TEM DESTAS COISAS APAGA AS MEMÓRIAS DAS LEMBRANÇAS DOLOROSAS DO PASSADO!ENQUANTO SENTIMOS A PERDA DO AMOR DO SER AMADO! É IMPOSSIVEL ENXERGAR DIREITO, E DESSE GEITO AS LÁGRIMAS NÃO NOS DEIXAM VER O BRILHO DAS ESTRELAS, NEM O ESPLENDOR DO SOL! NEM OUVIR OS SONS DA MÚSICA, NEM AS PALAVRAS AMIGAS! DEIXAMOS DE VER E SENTIR, DEIXAMOS DE SORRIR, DEIXAMOS DE CANTAR! É A NOITE DA ALMA QUE NOS CONRE COM O SENTIMENTO NOBRE QUE SE APAGA LENTAMENTE! QUANDO TUDO ISTO PASSA! DENTRO DO TEMPO E DO ESPAÇO! CORTÁMOS ESSE LAÇO QUE NOS PRENDEU UM DIA, E AÍ CHEIOS DE FÉ! E PROFUNDA GRATIDÃO LEMBRAMOS A MAIS BELA ILUSÃO QUE SE FOI COM A GRANDE RAZÃO DE DAR LUGAR AO VERDADEIRO AMOR! QUE É O SENHOR DA ALMA E DO CORAÇÃO!
    Alma Azul said...
    Duas dores?... Só? Não sei se são duas ou se são mais. Ou se será apenas uma e nós é que temos a impressão de serem mais.
    Como neste momento estou óptima e sem esse tipo de dores talvez seja mais difícil de comentar...
    Beijinhos para ti Å®t_Øf_£övë, desculpa a minha ausência (ando sempre a dizer o mesmo...) mas desta vez tive uma razão especial e feliz... :-)))
    (ás vezes é preciso tê-las, e dar-lhes todo o nosso tempo, carinho e atenção...para que não venham as dores de amor nunca nos atinjam)
    beijos para ti e para a Dark

    PS:prometo voltar ao Pedaços tb.
    meialua said...
    conhecia já o texto:

    É bem verdadeiro...

    "Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo".

    Porque acaba sempre por termos que nos separar de um pouco de nós...

    Beijos*
    Cristina said...
    Olá Art,
    Infelizmente já vivi o mesmo, e é realmente muito triste a despedida de um "amor", mas com o tempo, a vida vai-se tornando mais fácil a cada dia, até que um dia se torna normal :)
    Sinto muito que estejas a passar por esta fase dificil.
    Um beijinhu
    P.s.
    Adoro a tua rádio kotonete :)
    Susie said...
    Identifiquei-me com este texto. Acho q neste momento estou na ultima fase dessa dor... querer viver e ser feliz... abdicar do q já foi e já n é.
    lazuli said...
    finalmente consigo entrar aqui. Aleluia...
    Belo texto, Art.
    Muito tenho que ler para "trás". Já começava a desconfiar que se las hay, las hay. Um beijo.
    Pablito said...
    Foda-se anda tudo com problemas de amor, então assim ninguém se casa!!!!
    Raíz de Pimenta said...
    A despedida é sempre dolorosa... Leio as tuas palavras e vejo nelas o meu presente e o meu futuro... um dia talvez já não me identifique com elas mas por agora... ainda dói... Beijos
    Angel Eyes said...
    A essa fase descrita nesse belo texto, chamo luto!! Fazer o luto de um amor, é algo difícil para quem por ele passa... De um lado a necessidade de libertação para "agarrar" esa luz vinda lá do fundo, do outro lado, o querer que algo que foi amor um dia não deixe de o ser nunca, e se torne eterno! É uma dualidade muito complicada, na mente de quem por esta situação passa! Apena o tempo ajudará... segundo a segundo, minuto por minuto!!! (Bonitas linhas estas aqui escritas e tão verdadeira!!!)
    João C. Santos said...
    quando olhamos as nossas mãos tingidas do sangue da culpa...não existe dor...não existe nada...
    Estrela do mar said...
    ...é isto...o amor tem destas coisas...


    Bonito texto este que partlhaste Art.


    Jinhosssssssssss
    Lis57 said...
    QUERIDO ART

    Adorei este texto. Concordo plenamente com ele.Por vezes despedirmo-nos de um amor é despedirmo-nos de nós mesmos.

    Beijinho
    Andrye said...
    E o quanto dói... beijinho*
    Shiazinha Star Eyes :) said...
    Olá Art:

    Este texto é lindíssimo. O Amor é um bico de dois gumes. Ou nos faz sentir a sensação mais gratificante de todas que é o sermos Amados, ou nos corta lentamente, como que uma espécie de Tortura. Esta escritora tem muita razão relativamente às duas dores do Amor.

    Na Vida, tudo o que queremos menos é sofrer, mas quem vive está sujeito a tudo o que é adverso e que não conseguimos controlar. É a Força do Oculto que nos empurra para o Abismo.

    Bom Fim de Semana. Vive o Amor do Dia-a-Dia pelas coisas e pelas pessoas que te rodeiam, que com toda a certeza será um sentimento recíproco.

    ;)*
    MalucaResponsavel said...
    Ola Art:
    nc tinha imaginado esta perspectiva. Pensei que a dor fosse una, q se fosse apaziguando com o tempo, que fosse adormecendo, cicatrizando, perdida num recanto qualquer daquilo que sou...
    jks
    boxexas said...
    Olá Art! Sabes, não concordo com uma distinção entre dores. Existe a dor do que sentimos, do que perdemos, das saudades, dos momentos. Não é fácil libertarmo-nos de um amor verdadeiro e intenso, cheio de memórias, momentos, partilhas. Mas chega a altura em que temos que abrir novamente o coração, deixar a dor desvanecer-se com a brisa que passa e acreditar na luz ao fundo do túnel que se insinua a nós, como um convite, uma esperança. A dor passa, sim...custa, mas passa...e nós temos de ter a capacidade e a coragem para agarrá-la, abraçá-la mas também para libertá-la e deixá-la voar em conjunto com um amor que chegou ao fim. Depois? Permanecem as memórias, os bons momentos, as saudades prazeirosas, a tranquilidade do que se viveu. E venha um novo amor!! Beijo enorme ;-)

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