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Estava eu um dia destes nas minhas divagações, quando inesperadamente cheguei à conclusão que gosto de homens vagamente gays!!! Este ano que caminha a passos largos para o seu final, tem-me dado uma bela amostra dos exemplares masculinos. Sempre me estive a borrifar para a coisa do "homem ideal", porque o "homem ideal" não existe. Vive apenas na cabeça de quem nunca esteve apaixonada, ou de quem nunca teve ninguém a encher-lhe as medidas.

Gosto de brincar com um homem. Gosto de me expor ao ridículo com ele. Gosto de ser feia ao acordar (e alguns deles, de tão apaixonados, até já me vêem bonita), e aparecer deslumbrante ao jantar. Gosto de ser apanhada na casa de banho a limpar as orelhas com um cotonete, ou vê-lo a brincar com as minhas cuecas na cabeça. Gosto de estar na cama a rir-me com ele por se ter embebedado na noite anterior e ter beijado o amigo. Ou por eu ter sido assediada pela rapariga do bar que me ofereceu shots a noite inteira, e o ignorou o tempo todo.

Homem de que eu goste, cobre-me do frio, diz as palavras que eu gosto de ouvir, e está disposto a tudo para me ouvir gritar na cama, e nunca me vai dizer "cuidado que te podem ouvir", pelo contrário, dirá antes "grita mais que eu gosto tanto".

Para as características físicas estou-me sinceramente nas tintas. Nem pernas boas, nem músculos, nem peitorais, porque nadinha disto tem cabimento na minha cabeça. Ou seja, ele até pode vir com tudo isto, mas vai ter que me apertar as coxas e rir-se com as minhas estrias.

Homem que eu goste não tem de ser de nenhuma forma, nem estar em forma. Nem tem de ser branco ou preto, mas tem que ter raça, e coragem, porque o amor é sempre um acto de coragem.

O próximo ano vai ser o ano para combater os homens ideais. Vai ser o ano de procurar um homem vagamente gay, que me diga "a tua carteira é tão bonita", sem querer usá-la. Ou vai ser o ano para apanhá-lo a usar na cara o creme reafirmante para o corpo, e perceber que ele nem tinha reparado nisso. É no início do ano que temos que acordar a nossa lucidez, porque ela tende a perder-se com o passar dos dias. Em 2011 vou procurar pessoas, em vez de perseguir ideais...